MITOS E VERDADES NA CIRURGIA BARIÁTRICA

A cirurgia bariátrica é cercada de curiosidades, crendices e muitas dúvidas. Aqui, abordaremos alguns pontos que geram mais polêmicas:

  • Na maioria dos casos, o ganho de peso, com o passar dos anos, se deve ao paciente que não assume hábitos saudáveis, com dieta menos calórica e a prática de exercícios físicos;
  • Após 15 meses de pós-operatório, a paciente do sexo feminino é liberada para engravidar sem riscos;
  • Principalmente após a cirurgia de “bypass gástrico”, e nas mulheres (devido à menstruação), existe uma maior tendência à anemia, que pode ser minimizada com o consumo de alimentos ricos em ferro ou suplementos vitamínicos;
  • O apoio da família é indispensável, e os novos hábitos a serem adotados pelo paciente devem ser estimulados por todos que convivem com ele;
  • Normalmente, as dores se manifestam somente no primeiro dia do pós-operatório, não há restrição médica ao paciente que tem gastrite;
  • Nem sempre é necessário fazer cirurgia plástica após o procedimento bariátrico;
  • Os planos de saúde e o SUS, quando bem indicada a cirurgia, cobrem este procedimento;
  • Nos primeiros meses de pós-operatório, onde a perda de peso é mais intensa, pode ocorrer queda de cabelo e unhasse tornarem mais quebradiças;
  • Muitos pacientes tentam aumentar seu peso antes da cirurgia para poderem operar. Mas isso pode colocar a própria vida em risco e fazer com que a cirurgia   não seja um sucesso;
  • As contraindicações para a cirurgia incluem histórico de tentativa de suicídio no último ano, doenças psiquiátricas graves, alcoolismo, uso de drogas, pacientes que sofrem de compulsão alimentar e portadores de doença cardíaca em estágio avançado.quebradiças.

QUANDO O TEMA É CIRURGIA BARIÁTRICA, CONFIRA O MÍNIMO A SE SABER PARA NÃO FICAR POR FORA DO ASSUNTO

Segundo os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, publicados em 2017, a obesidade afeta 1 em cada 5 brasileiros.

Doenças como hipertensão arterial, diabetes, apneia do sono, problemas articulares, doenças cardiovasculares podem ser desencadeadas ou agravadas pelo excesso do peso, inclusive alguns tipos de cânceres como de útero, mama e intestino grosso podem estar diretamente associados a esse vilão do século XXI.

Visando a remissão das doenças associadas, diminuição do risco de mortalidade, aumento da longevidade e melhoria da qualidade de vida, a cirurgia bariátrica é um procedimento que tem crescido de maneira substancial nos últimos anos.  

REQUISITOS MÍNIMOS PARA CANDIDATOS À CIRURGIA

Primeiramente é preciso entender o conceito de índice de massa corpórea (IMC), calculado pela divisão do peso (em quilos) pela altura (em metros) elevada ao quadrado. 

Requisitos

  • IMC acima de 40; 
  • IMC entre 35 e 40, com alguma doença associada;
  • Tentativa de perda de peso sem sucesso por pelo menos 2 anos;
  • Obesidade estável por pelo menos 5 anos; 
  • Ter entre 16 e 70 anos.

ENTENDENDO SOBRE O MECANISMO DA CIRURGIA

Os procedimentos podem ser divididos de acordo com o mecanismo de funcionamento: os restritivos, que diminuem a quantidade de alimento que o estômago é capaz de comportar, exemplo: cirurgia de gastrectomia vertical, também conhecida por “Sleeve”.

Os disabsortivos, que reduzem a capacidade de absorção dos alimentos pelo intestino, e os de técnica mista, que possuem um componente restritivo e um pequeno componente disabsortivo, tendo no bypass gástrico seu maior expoente. Cirurgias que se utilizam de técnicas puramente disabsortivas não são liberadas pelo Conselho Federal de Medicina no Brasil, devido ao grande risco de desnutrição do paciente.

Escolhendo o procedimento

De maneira simplificada sugere-se a gastrectomia vertical para pacientes com obesidade, porém com IMC mais baixo, que não possuam diabetes de difícil controle e nem doença do refluxo gastroesofageano. Outra opção é o bypass gástrico, para pacientes obesos, com IMC alto e que necessitam de um melhor controle sobre o diabetes.

Na verdade, a escolha deverá ser individualizada, ponderada e orientada pelo seu cirurgião bariátrico, contudo o paciente deve entender que ele tem participação essencial nessa decisão.