MULTIVITAMÍNICOS: QUALQUER PESSOA PODE TOMAR SEM PREOCUPAÇÃO?

Em geral, a suplementação de vitaminas não é necessária para a maioria dos adultos que se alimentam com uma dieta balanceada e variada, ficam expostos ao sol regularmente ou bebem produtos lácteos enriquecidos com vitamina D. No entanto, muitas pessoas tomam multivitaminas. 

Porém, como algumas vitaminas, em altas doses, podem ser prejudiciais a algumas pessoas, as recomendações para seu uso devem ser adaptadas individualmente a cada paciente.

  • Em mulheres que podem engravidar, recomendamos suplementação com ácido fólico;
  • Aos adultos mais velhos, particularmente aqueles com risco de quedas, sugerimos a suplementação com vitamina D; 
  • Embora alguns estudos mostrem efeitos protetores da vitamina D contra o câncer de intestino e outros cânceres, não é recomendado suplementação desta vitamina com este propósito;
  • A ingestão de mais de 4000U de vitamina D por dia pode ser tóxica, por isso deve-se ter cuidado com altas doses de suplementação.
  • As vitaminas antioxidantes incluem a vitamina A e os carotenóides, como o betacaroteno e as vitaminas C e E. Muitos outros compostos encontrados nos alimentos, especialmente vegetais e frutas, também têm propriedades  antioxidantes. Se estes compostos podem prevenir doenças como câncer e as doenças cardiovasculares, ainda é incerto, pois a associação destes compostos com a melhora pode ser devida à substituição da carne e gordura da dieta por vegetais e frutas, ou mudanças de estilos de vida. Resumindo, para a prevenção de cânceres gastrointestinais não há diminuição do risco com a suplementação deste antioxidantes;
  • Em crianças de países em desenvolvimento, a suplementação de vitamina A reduz a mortalidade, provavelmente por fortalecer o sistema imunológico contra infecções comuns. A suplementação de vitamina A pode causar danos, particularmente em mulheres no primeiro trimestre de gravidez, e pode, em alguns casos, aumentar o risco de osteoporose. Pode também, em altas doses, aumentar a mortalidade cardiovascular;
  • O betacaroteno pode aumentar o risco de câncer de pulmão em adultos tabagistas;
  • A vitamina C, em altas doses, aumenta o risco de pedras nos rins;
  • A deficiência de vitamina B12 é mais comumente causada por má absorção e ingestão inadequada de fontes de alimentos que contêm  esta vitamina (fígado, leite, peixe e carne). Em adultos mais velhos, a atrofia gástrica resulta em redução do ácido gástrico e absorção ineficiente desta vitamina. Em pessoas veganas também pode se observar deficiência desta vitamina. Nestes casos, é recomendado a reposição;
  • Não se tem evidência de benefício da suplementação de vitamina B12 em pacientes com níveis normais desta vitamina.

Enfim, a suplementação multivitamínica deve ser considerada para pacientes com risco de deficiência de vitaminas, como aqueles com alcoolismo, dietas com baixa ingestão de frutas e vegetais, má absorção, dieta vegana, cirurgia de redução do estômago e tratamento com hemodiálise. Diante de uma  deficiência específica de uma só vitamina, deve-se suplementá-la  individualmente.

Probióticos têm ação na diarreia associada ao covid?

Os sintomas associados à infecção por covid-19 são variados, como febre, tosse, letargia e sintomas gastrointestinais como: diarreia, alterações das enzimas hepáticas com aumento do fígado e esteatose. Alguns trabalhos mostram que a diarreia está associada ao desequilíbrio do microbioma intestinal, com um declínio nos microrganismos benéficos (Lactobacillus e Bifidobacterium).

Atualmente, é entendido que ocorre uma interação dinâmica entre o microbioma e o eixo intestino-pulmonar, isto é, a comunidade bacteriana intestinal balanceada é vital para a imunidade pulmonar.

Numerosos estudos sugerem que as alterações desta flora (conhecida como disbiose), influenciam a modulação da resposta imune do pulmão.

Embora não haja nenhuma maneira do microbioma intestinal proteger contra o vírus, existem evidências científicas que mostram uma relação próxima entre a microbiota e os sistema imunológico, por isso é importante se considerar isto no combate ao coronavírus.

É muito cedo no entanto para recomendar probióticos para prevenir a pneumonia ou reduzir a mortalidade nestes pacientes, mas deve-se considerar o fortalecimento do sistema imunológico associado ao intestino, com o aumento do consumo de fibras, prebióticos e probióticos.

O QUE APRENDEMOS NESTA PANDEMIA?

Durante estes 13-14 meses de pandemia não paramos o atendimento aos nossos pacientes e percebemos que a covid-19 trouxe uma outra doença para a população, desencadeada pela perda de entes queridos, solidão, “sensação de fim” naqueles que tiveram uma doença grave e medo de contrair a doença.

Vimos as doenças funcionais se multiplicarem (“gastrites”, síndrome do intestino irritável”, diarreias e etc). Mas vimos, também, pessoas desesperadas com diagnósticos tardios de doenças que poderiam ter sido resolvidas anteriormente.

Neste momento não há muito espaço para  temas como divertículos, úlceras, pedra na vesícula, câncer de intestino, hepatites,  pancreatite, entre outras. Todos estão esperando simplesmente a notícia que a onda “covid” acabou e tudo pode voltar ao “normal”.

NOSSOS CONSELHOS PRA VOCÊ:

O nosso primeiro conselho é que continue se alimentando bem,  mas sem usar a comida como escape dos seus problemas. Faça exercícios (podemos sim fazer exercícios em casa).

Não ponha em prática as “receitinhas” da rede social de como prevenir ou fazer  tratamento precoce de covid (ninguém tem esta fórmula). 

Aproveite os momentos com as pessoas que você gosta, sempre mantendo o distanciamento.

 E, por fim,  se você estiver tendo DIARREIAS  PERSISTENTES,  ALTERNÂNCIA  INTESTINAL, DOR ABDOMINAL QUE NÃO MELHORA, SANGUE NAS FEZES, PERDA DE APETITE, EMAGRECIMENTO ou VÔMITOS,  não se automedique esperando essa onda passar.  Procure assistência médica para se tratar. Não se arrisque.

SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇA CELÍACA

A doença celíaca é uma doença auto-imune que afeta primariamente o trato  gastrointestinal de indivíduos geneticamente predispostos e é induzida pelo   consumo  de proteínas  presente  no trigo, centeio e na  cevada, denominadas glúten.

A forma clássica de apresentação é caracterizada por fezes gordurosas, distensão  abdominal, perda  de peso e astenia. Contudo é necessário lembrar que a diarréia ocorre  em menos de 50% dos casos.

O quadro clínico é bem variável e  depende de idade, sensibilidade e quantidade de  glúten ingerido. Pode se apresentar apenas com dor  abdominal, distensão abdominal, náuseas, vômitos, aftas orais, anemia, flatulência excessiva.

Pode  se  manifestar  com  vários  sintomas  extra- intestinais, e  destes a  anemia  é  a mais frequente. Lesões de pele como psoríase, aftas, infertilidade,alterações  endócrinas, neurológicas, hepáticas podem também  estar  presentes.

O teste considerado “padrão-ouro” no diagnóstico é a biópsia do intestino  delgado obtida  durante a endoscopia digestiva. E para completar o diagnóstico, associar o exame  sorológico.

O  tratamento consiste em excluir o glúten da dieta por toda a vida dos pacientes. É recomendável uma consulta com nutricionista no intuito de oferecer uma dieta sem  glúten, mas com nutrientes adequados. 

È  fundamental  avaliação desses pacientes  entre o  terceiro  e  sexto mês  de  diagnóstico para verificar a adesão à dieta, monitorar as complicações e os possíveis sinais de doença  auto-imune associada

SINTOMAS PÓS-COVID: SAIBA O QUE É VERDADE E O QUE É MITO.

  • Fadiga, fraqueza  e  baixa  resistência –  A  fadiga é  o sintoma  mais comum  experimentado pelos pacientes, independentemente da necessidade de hospitalização, ela pode ser  profunda e durar três meses ou mais, principalmente   entre os  sobreviventes de UTI;

  • Falta de ar – pode  persistir, resolvendo-se lentamente na maioria dos pacientes   em  dois a três meses, às vezes mais tempo;

  • Tosse crônica – pode persistir em duas a três semanas após os sintomas iniciais;

  • Desconforto no peito – desaparece lentamente;

  • Paladar e olfato – homens recuperam mais  rapidamente  o olfato do que  mulheres, principalmente nos  casos onde não houve  perda  total do olfato;

  • Psicológico – Ansiedade e depressão, são comuns após  infecção aguda  por COVID-19, estes sintomas melhoram com o tempo, mas podem  persistir por  até  três meses;

  • Sintomas  gastrointestinais/nutricionais –  Náusea e  diarreia  podem persistir e  desaparecer lentamente  após  a infecção  aguda. No entanto, pacientes  com  sintomas novos  ou progressivos, ou  sintomas que  não  estão  resolvendo, um  diagnóstico  alternativo deve  ser   considerado, requerendo investigação;

  • Perda  de peso – na  fase  aguda é  frequente, e  a  persistência   desta  perda   é multifatorial  e pode envolver  perda de apetite,  disfunção  de deglutição , paladar  e olfato  desordenado. Encorajamos os pacientes  a  fazerem  refeições pequenas  e  a  consulta nutricional  é apropriada. A  avaliação  fonoaudiológica é necessária  para pacientes  com  disfunção da  deglutição.

ESOFAGITE EOSINOFÍLICA – Inflamação alérgica do esôfago

Esofagite eosinofílica é uma inflamação da parede do esôfago (tubo que conecta a boca ao estômago), causada por uma resposta imunológica à alérgeno alimentar, cutâneo e /ou inalatório. A maioria tem hipersensibilidade aos testes dermatológicos, mas a minoria tem história pregressa de alergia alimentar.

A idade média de acometimento é 20 a 40 anos, mas pode acometer qualquer faixa etária, e é mais comum no sexo masculino.

O principal sintoma é a dificuldade de deglutição, engasgos, sensação de pigarro na garganta, tosse, refluxo.

O diagnóstico é feito por endoscopia digestiva e uma biópsia esofágica deve ser feita sempre que houver suspeita clínica.

Os principais alérgenos responsáveis pelo quadro são o leite, soja, trigo, ovo, amendoim e peixes.

Para o tratamento é necessário suspender os alimentos desencadeadores do quadro.

Cozinhar com banha ou óleo?

Várias teorias são veiculadas ultimamente sobre óleo vegetal e banha de porco, e muitos acham que a banha por ser menos processada causaria menos danos ao organismo, mas alguns pontos têm que ser considerados:
A banha vendida em supermercado é processada a partir de uma mistura de fontes de gorduras de alta e baixa qualidade de todo o porco. Para estabilizar a temperatura desta mistura a banha é hidrogenada, fazendo que a gordura “trans” apareça nesta mistura, que é uma gordura altamente maléfica.

A banha é composta de 40% gorduras saturadas e 45% gorduras monoinsaturadas, embora tenha uma grande quantidade de gorduras insaturadas, ela não é suficiente para anular os efeitos maléficos da gordura saturada.

A gordura saturada aumenta o risco de eventos cardiovasculares, pode estar relacionada ao aumento da predisposição do câncer de mama, intestino e ovário. Em pacientes com refluxo gastro intestinal, piora o esvaziamento gástrico podendo ser um “gatilho” para o desencadeamento do refluxo.
Por fim, ela é altamente calórica, relacionada ao ganho de peso e obesidade.
Em uma única colher temos 115 calorias, e cerca de 13 gramas de gordura.
Há sempre opções saudáveis para substituir esse e outros alimentos que devem ser evitados. Consulte sempre um médico ou um nutricionista para saber qual é a alimentação mais adequada para você.

Doenças hepáticas e estilo de vida. Qual a ligação?

Você sabia que o seu estilo de vida está diretamente relacionado ao desenvolvimento de doenças hepáticas como a Esteatose (conhecida popularmente”como gordura do fígado”)?

SIM!!! Diretamente.

Mas quais são os pilares do estilo de vida?

Os pilares do estilo de vida são o sono, suas escolhas e preferências alimentares, prática de atividade física, habilidade em administrar o stress, conviviabilidade …..

Como estão suas escolhas alimentares?

Nas últimas décadas, podemos dizer que pioramos nossas escolhas e hábitos alimentares com o aumento do consumo de alimentos ultra processados, “fast foods”, enlatados, embutidos…..

Alguns açúcares e gorduras da dieta, particularmente a frutose, os ácidos graxos trans e saturados, demonstraram ter papel ativo no desenvolvimento da esteatose e sua progressão.

A quantidade crescente de frutose na dieta vem de aditivos de açúcar (mais comumente sacarose e xarope de milho com alto teor de frutose) em bebidas (refrigerantes, sucos de caixinha, iogurtes e bebidas lácteas) e alimentos processados (biscoitos, bolachas, bolos), estudos substanciais demonstram a ligação entre o aumento do consumo de frutose e obesidade, dislipidemia, resistência à insulina e esteatose.

Mas CUIDADO, para não deixar de consumir FRUTAS, por serem ricas em frutose, açúcar natural destes alimentos. Estamos falando da frutose em forma de xarope e modificada pela indústria. As frutas são ricas em fibras e antioxidantes, nutrientes importantissímos no controle da inflamação e da resistência a insulina, e assim no tratamento da esteatose quando consumidas em PORÇÕES adequadas. Busque informações baseadas em evidências cientificas, cuidado com dietas da moda, alimente-se com comida de verdade!

Assim por se tratar de uma doença multifatorial, o tratamento com a equipe multidisciplinar se torna fundamental para o não agravamento das lesões e comprometimento da função hepática.

Autora: Lisis Vilar – Nutricionista

Documentos Necessários:

Documentos de identificaçao pessoal com foto;
Cartão do convênio;
Guia ou autorização prévia do convênio.

PIROSE? O QUE É ISSO?

A pirose (queimação) ocorre geralmente após refeições, principalmente as copiosas e ricas em gorduras. O uso de antiácidos pode aliviar esta sensação em casos leves.

O maior problema da pirose é o comprometimento da qualidade de vida, quer profissional como social.

Dentre as causas alguns fatores são conhecidos como:

– relaxamento do “esfíncter” do esôfago inferior (anel que separa o esôfago do estômago), causado por alimentos gordurosos, doces, chocolates, café , refrigerantes, cigarro, medicamentos;

– consumo de irritantes diretos da parede de revestimento do estomago e esôfago, como cítricos, temperos, medicamentos e etc;

– aumento da pressão abdominal – exercícios, obesidade, roupas muito apertadas;

– associação a algumas doenças como diabete mellitus, uso prolongado de sonda gástrica, esclerodermia.

O papel dos distúrbios psicológicos, como fator desencadeante estes sintomas, tem sido cada vez mais valorizado, e muitas vezes têm que serem abordados para controle da sintomatologia gástrica.