Cirrose: o Álcool não é o único vilão

Existe um mito, muito repetido, de que a Cirrose Hepática é causada única e exclusivamente pelo abuso de bebidas alcoólicas. O excesso de álcool realmente é uma das causas mais comuns da cirrose, porém não é a única! Abaixo, algumas informações que são fundamentais para entender melhor o significado, os sintomas, as causas e a prevenção desta doença.

O QUE É CIRROSE?

A cirrose é a conseqüência de uma lesão hepática crônica e persistente, levando a um endurecimento do fígado (cicatrizes), com comprometimento da sua estrutura e de seus vasos. Sempre bom lembrar que o fígado é um grande órgão, localizado no lado superior direito da barriga.

QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA CIRROSE?

Algumas pessoas com cirrose não apresentam sintomas, e muitas são diagnosticadas por exames laboratoriais de rotina ou de imagem. Quando os sintomas ocorrem, eles podem incluir:

  •         Inchaço na barriga e pernas;
  •         Acúmulo de líquido nos pulmões;
  •         Sangramento intenso dos vasos sanguíneos no esôfago, o tubo que conecta a boca ao estômago;
  •         Cansaço;
  •         Dificuldade para dormir o suficiente ou excesso de sono;
  •         Amarelamento da pele ou do branco dos olhos, conhecido como icterícia;
  •         Confusão mental repentina;
  •         Coma.

A cirrose também aumenta a probabilidade de infecções e o risco de câncer no fígado.

QUAIS SÃO AS CAUSAS DA CIRROSE?

Quando algo prejudica o fígado, o órgão tenta se recuperar naturalmente. Neste processo, formam-se cicatrizes. Os casos mais frequentes de danos ao fígado são causados por:

  •         Uso abusivo de álcool: Pessoas que abusam do álcool, ou que são viciadas, são mais suscetíveis à cirrose. A doença, pode ocorrer após um período médio de 5 a 10 anos de ingestão, com uma quantidade diária superior a 80g de etanol para homens e 60g para mulheres;

  •         Hepatite B ou hepatite C: São doenças causadas por vírus que acometem o fígado e podem também causar cirrose. O contágio pode ocorrer através do compartilhamento de agulhas ou em relações sexuais com pessoas infectadas;

  •         Esteato-hepatite não alcoólica (NASH): Pessoas com essa condição geralmente não bebem álcool. Os médicos não sabem ao certo o que causa a NASH, mas é comprovado o fato de que ela é mais frequente em pessoas com excesso de peso e portadores de diabetes;

  •         Induzida por fármacos: O consumo excessivo de alguns medicamentos também pode ocasionar a cirrose, por exemplo: metotrexato, isoniazida, alfametildopa, alguns anti-inflamatórios e analgésicos, entre outros.

COMO PREVENIR A CIRROSE?

  •         Evite o consumo de bebidas alcoólicas;
  •         Cuidado com uso de analgésicos como Ibuprofeno, Naproxeno e Acetominofem;
  •         Atenção ao consumo de “ervas”, chás, vitaminas e suplementos;
  •         Vacine-se contra as hepatites A e B;
  •         Cuide de seu corpo, evite o excesso de peso;
  •         Mantenha sempre uma alimentação saudável, e faça o controle periódico da glicemia (açúcar no sangue).

O que é Hérnia de hiato?

hérnia de hiato é uma doença em que uma parte do estômago se projeta para dentro do tórax, por meio de uma abertura no diafragma, chamada hiato diafragmático. O diafragma é um músculo muito importante na respiração e separa o tórax do abdome. Como a pressão dentro do tórax é negativa (para que possamos respirar sem esforço) essa subida do estômago ao tórax contribui para o refluxo de ácido do estômago para o esôfago causando vários sintomas como: azia, eructações (arrotos), dor no peito, regurgitação, náuseas e às vezes até tosse e rouquidão.

Quais as causas?

Ainda não estão claras as razões que levam uma pessoa a desenvolver hérnia de hiato, mas cientistas acreditam que este problema possa ser resultado de um enfraquecimento da musculatura com a idade (mais comum após os 50 anos), que permite que parte do estômago passe através do hiato do diafragma para o tórax. Situações que aumentem a pressão intra-abdominal, como obesidade e gravidez, também podem favorecer o desenvolvimento deste problema. 

As hérnias de hiato podem ter tamanhos variados com os sintomas sendo mais exuberantes em hérnia mais volumosas.

Como a Hérnia de Hiato é diagnosticada e tratada?

O diagnóstico é feito através do quadro clínico, auxiliado por exames complementares como o raio-x contrastado, manometria esofágica de alta resolução e a endoscopia digestiva alta.

O tratamento conservador, que envolve mudanças de hábitos alimentares e uso de medicamentos, é o mais usado. Já a cirurgia, é recomendada em situações em que os sintomas são muito intensos, quando a hérnia é muito volumosa (hérnia maiores que 5cm), e para pessoas que não obtiveram sucesso no tratamento com medicamentos para aliviar a azia e refluxo ácido. A cirurgia de reparação de hérnia hiatal é frequentemente combinada com cirurgia para a doença do refluxo gastroesofágico.

Prevenção

Abaixo, algumas recomendações que podem evitar ou dificultar o surgimento desta doença:

  • Evite alimentos gordurosos, muito condimentados e frituras; 
  • Procure não beber álcool nem bebidas gaseificadas, 
  • Não fume;
  • Evite ou diminua o consumo de café e chocolates;
  • Não consuma muito líquido durante as refeições;
  • Faça refeições menores, mais leves e mais próximas umas das outras;
  • Eleve a cabeceira da cama;
  • Evite deitar logo após as refeições.

Verdades e mentiras sobre o Omeprazol e outros “prazois”

Existem muitas teorias sobre os riscos do uso dos medicamentos mais comuns para tratar doenças do tubo digestivo, relacionadas ao excesso de acidez. Os remédios com nomes terminados em “prazol”, sendo o Omeprazol o mais conhecido, são vistos com muita desconfiança e medo por parte dos pacientes.

Muitas dúvidas e informações desencontradas

Risco aumentado de câncer, maior risco de Alzheimer, doenças dos rins e dos ossos e falta de vitaminas são algumas preocupações. Mas será que isto é verdade? Este tipo de remédio realmente oferece todos estes riscos?

Esses medicamentos, utilizados desde 1980, são muito eficazes para doenças relacionadas ao excesso de acidez (gastrite, refluxo, ulceras) e são considerados muito seguros também. Seu uso correto mudou a história do tratamento das úlceras, diminuindo a necessidade de cirurgias para reparação de perfurações, estreitamentos e sangramentos.

Mitos

Não existe nenhuma comprovação científica que associe o uso destas drogas ao aumento do risco de demência, nem da incidência de doenças renais, pneumonia ou câncer.

Fatos comprovados

O uso crônico do Omeprazol pode diminuir a absorção de vitaminas, como a B12, e magnésio, assim como o aumento da incidência de algumas infecções intestinais.

O uso correto é fundamental

O grande problema, não apenas desse tipo de medicamento, é o uso abusivo e sem critério. Há quem use algum “prazol” há anos, sem nunca ter feito ao menos um exame do estômago e sem ao menos tentar mudar seus hábitos alimentares. Qualquer remédio, se usado da forma errada e abusiva, pode causar danos à saúde. Atenção! Evite se automedicar, procure sempre uma orientação profissional.

Interações medicamentosas

Os “prazois”, administrados junto com alguns antidepressivos, anticoagulantes ou anticonvulsivantes, pode aumentar ou diminuir a ação destes, podendo levar a consequências, por tanto requer cuidado o uso conjunto com estes medicamentos.

Resumo

Confira abaixo, um resumo sobre algumas verdades e mentiras em relação ao uso do Omeprazol e similares:

  • PODEM DIMINUIR A ABSORÇÃO DE VITAMINAS – VERDADE;
  • PODEM CAUSAR DEMÊNCIA – MENTIRA;
  • PODEM PIORAR DOENÇAS RENAIS – MENTIRA;
  • PODEM AUMENTAR INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES INTESTINAIS – VERDADE;
  • PODEM CAUSAR PNEUMONIA – MENTIRA;
  • PODEM AUMENTAR INCIDÊNCIA DE POLIPOS GÁSTRICOS – VERDADE.

Sangramento ao evacuar, devo me preocupar?

A presença de sangue vivo nas fezes deve ser encarada como um sinal de alerta. Porém, embora possa estar relacionado a problemas graves como colites, doença de Crohn ou até mesmo câncer, geralmente tem causas mais simples, como hemorroidas ou fissuras anais. Sendo assim, é fundamental consultar um especialista para um diagnóstico mais preciso sobre a causa exata deste sangramento, dando início, em seguida, ao tratamento adequado para cada caso.

Causas comuns de sangramento nas fezes

Hemorroidas

Ocorrem mais comumente em pessoas com prisão de ventre e surgem devido à dilatação dos vasos hemorroidários, geralmente provocada pelo esforço excessivo no momento defecar.

Fissura anal

As fissuras anais também são mais comuns em quem sofre de prisão de ventre, e consistem em pequenas feridas na borda anal, provocando sangramento ao evacuar. A dor é frequente, tanto durante quanto após a evacuação.

Causas mais graves de sangramento nas fezes

Embora seja mais raro, o sangramento vermelho vivo nas fezes também pode indicar a presença de alguns problemas mais graves, por exemplo:

 Diverticulite

Comum após os 40 anos. A inflamação dos divertículos intestinais pode provocar, além do sangramento, sintomas como forte dor na parte inferior do abdome, náuseas, vômito e febre.

Doenças Inflamatórias intestinais

Enfermidades como a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa provocam uma inflamação intensa do intestino, causada por um desequilíbrio do sistema imune. Os sintomas mais frequentes são: sangramento, diarreia recorrente, falta de apetite, cólicas abdominais e perda de peso.

Câncer no intestino e no reto

Em alguns casos, a presença de sangue vermelho vivo nas fezes pode ser sinal de tumor no reto ou intestino grosso. No entanto, esses casos são menos frequentes e, neles, o sangramento se manifesta associado a outros sintomas mais específicos, como alterações no trânsito intestinal, sensação de peso na região anal, cansaço excessivo e perda de peso.

 

Quando devo procurar um médico?

Independentemente da causa, é importante consultar um especialista nos seguintes casos:

  • Sangramento recorrente ou com duração maior que 1 semana;
  • Aumento da quantidade de sangue nas fezes ao longo do tempo;
  • Surgimento de outros sintomas, como: dor abdominal, febre, cansaço excessivo ou perda de apetite.

Também devemos destacar a importância da realização, sob orientação médica, de exames preventivos como a colonoscopia.

Saiba como se prevenir do Câncer de Intestino

O câncer colorretal, apesar de ser uma doença passível de prevenção por meio do diagnóstico precoce, ainda ocupa a terceira posição entre os tumores malignos mais frequentes nos homens e o segundo entre as mulheres.

Cerca de 60% ocorrem em regiões mais desenvolvidas, sendo que a maioria dos casos são diagnosticados após os 50 anos e o risco aumenta com a idade. Vários fatores de risco são conhecidos, incluindo dieta pobre em fibra e rica em gorduras e proteínas, obesidade, sedentarismo, tabagismo, historia familiar, etilismo, doenças inflamatórias intestinais.

Um indivíduo com história familiar ou pólipos (crescimento anormal de tecido na parede interna do cólon ou do reto) pode ter o risco de desenvolver o câncer colorretal aumentado em até de 20%, e se este tumor, ou presença de adenomas (tumores benignos), for diagnosticado antes dos 45 anos o risco aumenta. Dor abdominal, sangramento intestinal, alteração do hábito intestinal, são os sintomas mais comuns, no entanto, os sintomas podem não sem manifestarem até atingirem tamanhos maiores. É preciso uma atenção maior dos profissionais da área de saúde aos sinais/sintomas de alerta, dessa forma, sendo mais assertivos ao encaminhar um paciente para rastreamento.

A colonoscopia, que é hoje é considerada “padrão ouro”, é o melhor método para identificar presença de lesões pré- malignas e câncer na fase precoce, podendo retirá-las na grande maioria dos casos, permitindo avaliação com biópsias e, se necessário, encaminhar para cirurgia.  Ela é indicada para toda a população a partir dos 50 anos.

Indivíduos com risco aumentado para o câncer de intestino (parentes de primeiro grau com adenomas, ou câncer, diagnosticados antes dos 60 anos, historia pessoal pregressa de adenomas, câncer de mama, ovário ou endométrio, portadores de colite ulcerativa ou doença de Crohn) devem ser encaminhados para rastreamento precoce.

Em caso da presença dos sintomas, dúvidas e histórico familiar, procure sempre um médico para orientação.

Risco do consumo de Álcool entre Jovens

Risco do consumo de Álcool entre jovens

Risco do consumo de Álcool entre jovens

O álcool mata todos os anos 3,3 milhões de pessoas no mundo. Entre os jovens de 15 a 19 anos, quando analisamos as causas de morte nesse grupo, o consumo de álcool representa 5,9% de maneira direta ou indireta (acidentes, suicídios, exposição a violência sexual). O álcool está ligado à liberação de dopamina, substância que dá sensação de prazer, com o tempo o cérebro começa a associar esta sensação de prazer ao consumo de bebidas alcóolicas.

Os pais subestimam o consumo de álcool pelos jovens. Festas, baladas e reuniões sociais, muitas vezes estão associadas a um aumento progressivo do consumo de álcool. O consumo de uma média diária superior a 40g no homem e 20 g na mulher já é compatível com o desenvolvimento de doença hepática alcoólica.  Em termos práticos uma cerveja (350ml), contém de 11,2 a 22,4g de álcool. Já 1 taça de vinho (150ml) 13,2 a15,6g e 1 dose de cachaça(50ml) contém 16,4 a 20g.

O consumo de álcool antes dos 16 anos aumenta o risco de beber em excesso na idade adulta, devido ao hábito adquirido, e consequentemente as chances de problemas hepáticos.  As mulheres são mais vulneráveis, e têm maior chance de problemas com níveis de consumo mais baixos e idade mais precoce do que os homens. Como agravante, existe a tendência natural do paciente minimizar o problema ou negar o abuso do álcool, mas o diagnóstico de abuso do álcool é extremamente importante para orientar o tratamento correto.

Embora o fígado seja o principal órgão a ser lesado por meio da ingestão excessiva e continuada do etanol, vários órgãos podem ser afetados e é comum estar associado a ansiedade, depressão, traumas, sintomas gastrointestinais, supressão da medula óssea, hipertensão, problemas cardiovasculares, alterações eletrolíticas, e até mesmo a tumorações como câncer de boca, orofaringe, esôfago, próstata, pulmão, mama e ovário.

O álcool ingerido é rapidamente absorvido no trato digestivo e levado ao fígado, oxidado, e eliminado como gás carbônico e água pelos pulmões e rins. Uma das principais manifestações do uso excessivo de álcool é o fígado gorduroso (esteatose hepática) que pode evoluir para cirrose de maneira lenta, silenciosa e progressiva, se o consumo persistir.

Nem todos os pacientes que abusam do álcool desenvolvem cirrose, mas a ausência de sintomas não significa que ele não esteja causando danos em outros órgãos no corpo. O ideal é se consumir bebida, BEBA COM MODERAÇÃO.

A Halitose, popularmente conhecida como MAU HÁLITO, é realmente um problema Gástrico?

Gastro Clínica Uberlândia

A Halitose é um transtorno que pode causar muito incômodo para o indivíduo, principalmente em suas interações e relacionamentos sociais. O interessante é que sua ocorrência, em 47% a 90% dos casos tem origem decorrente de problemas intra-orais, tais como: má higiene  oral, boca seca e saliva espessa, que levam à colonização das vias orais por bactérias que produzem compostos sulforados.

A Halitose também é provocada por problemas extra-orais, causados por eventos passageiros, como uso de medicamentos (ex: alguns antidepressivos), secundária a algumas doenças não controladas (ex: depressão, Insuficiência renal), e alimentos (alho, cebola, couve flor, brócolis, gorduras).

Existem várias dietas que podem comprometer a qualidade do seu hálito. Um fator bastante comum é quando se busca a perda de peso, com a diminuição importante da ingestão de carboidratos, ou o aumento do jejum, ocorre um aumento da produção de corpos cetônicos, substâncias que deixam o sangue ácido, ou seja, com o PH mais baixo do que o normal, culminando com um hálito com odor desagradável.

Outra causa importante, é a dieta rica de proteínas, estas dietas contribuem para um PH alcalino propício para o desenvolvimento das bactérias formadoras de mau odores. Proteínas de origem animal, como carnes, ovos, leite e derivados, favorecem a formação de saliva mais espessa. Dietas líquidas devido a ausência de mastigação pode dificultar a produção de saliva. Dietas veganas, sem acompanhamento podem levar a déficit nutricionais como de vitamina B12 , D, Cálcio e Zinco, que são também importantes para saliva, dentes, ossos, gengivas.

Dentre as causas patológicas da halitose, estão as doenças periodontais, feridas da boca, as amigdalites, faringite, sinusite, tumores do trato digestivo alto.  A doença do refluxo gastro-esofágico e a presença de H.pylori também podem estar relacionadas com o odor bucal.

Sendo assim, o mais importante no controle da halitose é manter uma higiene bucal adequada, e ter uma dieta balanceada para o organismo.

Apesar de existir um senso comum de que a Halitose é causada por distúrbios ou doenças do trato gastrointestinal, vimos que a grande maioria das suas causas não tem relação direta com esses fatores.

Por isso é sempre importante, quando tiver dúvidas, procurar um profissional para te orientar.