A doença de chagas ainda é problema?

A doença de Chagas continua sendo um grave problema de saúde, especialmente nas Américas. Está presente em 21 países do continente americano, com cerca de 30.000 novos casos por ano, com 1400 mortes e 8000 recém nascidos infectados durante a gestação.

No Brasil, em 2018, foram notificados 4685 casos suspeitos de doença de Chagas agudo sendo confirmados 380 casos. É causada pela picada do barbeiro que infecta o indivíduo com suas fezes contaminadas pelo Trypanosoma cruzi.

É a quarta maior causa de morte por doenças infeciosas no Brasil na forma crônica da doença (Boletim epidemiológico SVS – MS V.50 / Nov 2019). A fase aguda da doença apresenta sinais e sintomas inespecíficos que dificultam o diagnóstico. Na fase crônica, a maioria dos pacientes permanecem assintomáticos por vários anos ou apresentarão sintomas relacionados ao órgão ou sistema atingido. Podem ser atingidos órgãos do sistema digestório e também o coração ( forma cardíaca da doença ). Os principais representantes da forma digestiva da doença de Chagas são o megaesôfago (dilatação do esofago) e o megacólon (dilatação do intestine grosso). No Brasil cerca de 8-10% dos pacientes crônicos possuem a forma digestiva da doença.

Pacientes portadores da forma digestiva apresentam uma série de sintomas relacionados a obstrução do órgão. Tanto no megaesôfago quanto no megacólon, os órgãos exibem grande dilatação e dificuldade de passagem do conteúdo alimentar por perda da mobilidade natural do órgão .

O sistema nervoso do intestino é uma complexa rede de neurônios e células “nervosas” dispostas dentro das paredes do trato gastrointestinal e tem a característica única de poder realizar suas funções de motilidade completamente independentes do sistema nervoso central. O megacólon chagásico é uma patologia caracterizada pela destruição de componentes do sistema nervoso do intestino, mediada tanto pelo processo inflamatório quanto pela infecção causada diretamente pelo T. cruzi. A ressecção cirúrgica dos segmentos do cólon acometido pela forma digestiva da doença de Chagas é um dos poucos tratamentos disponíveis a estes pacientes. No megaesôfago existem procedimentos endoscópicos que podem beneficiar os doentes em fases iniciais da dilatação do órgão; porém, nos casos mais avançados, a cirurgia também será necessária.

Gases? Você pode ter supercrescimento bacteriano.

Vários distúrbios predispõem ao supercrescimento bacteriano, são eles:      distúrbios de motilidade causados por diabetes mellitus, narcóticos, síndrome do intestino irritável, esclerodemia.

Distúrbios anatômicos– aderências, estenose, diverticulose do intestino delgado, alças intestinais cegas (pós-procedimentos cirúrgicos)

Doenças imunológicas– HIV

Diminuição do acido clorídrico gástrico– uso excessivo de inibidor de bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol, lansoprazol…..)

Distúrbios metabólicos– insuficiência pancreática, cirrose, alcoolismo, idade avançada.

Este supercrescimento pode levar à má absorção de gordura, de proteínas e deficiência de vitaminas.

Sintomas: A maioria apresenta distensão abdominal, flatulência, desconforto abdominal ou diarreia aquosa crônica. As crianças apresentam dificuldade em ganhar peso.

Diagnóstico: No exame de endoscopia digestiva a aparência do intestino delgado pode estar normal. O diagnóstico é feito pelo teste respiratório de carboidratos (lactulose)

O tratamento é feito principalmente com antibióticos, e os probióticos têm mostrado algum efeito nestes casos.