Constipação Intestinal, Quando Devo me Preocupar?

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL, QUANDO DEVO ME PREOCUPAR?

Constipação intestinal pode ser definida como “defecação insatisfatória” caracterizada por evacuações infrequentes, dificuldade na passagem das fezes, ou ambos. A dificuldade na passagem das fezes inclui esforço para defecar, sensação de dificuldade, evacuação incompleta, fezes duras, tempo prolongado de evacuação ou necessidade de manobras manuais para elimina as fezes.

A constipação intestinal não é uma doença, mas um sintoma, que pode estar associada a doenças orgânicas. Pode ser funcional (primária) ou secundária (orgânica).

A CONSTIPAÇÃO FUNCIONAL OU PRIMÁRIA 

É a mais comum na prática clinica devido a ingestão alimentar inadequada, sedentarismo, perda do reflexo de evacuação e postura incorreta no ato de defecação.

Dentro dos fatores dietéticos o menor consumo de vegetais e leguminosas, e consumo maior de alimentos absorvíveis principalmente carboidratos (massas, pães, doces) associados ao estilo de vida, compromissos e ritmo de trabalho que favorece a troca de uma alimentação saudável por lanches ou pratos rápidos, adiamento de refeições são fatores a serem pesquisados.

O reflexo da evacuação, ou seja, a sensação retal da vontade de evacuar, para a maioria dos indivíduos costuma ocorrer em um mesmo horário. No indivíduo constipado, além de não se fixar em determinado momento do dia, costuma o reflexo surgir em locais ou horários inadequados, levando a uma inibição do reflexo com perda progressiva da sensibilidade do reto à sua distensão pelo bolo fecal.

A inclinação do tronco sobre as pernas apoiadas no chão, é a postura adequada e qualquer mudança nesta postura, pode influenciar na hora da defecação reduzindo a força dos músculos responsáveis no esvaziamento intestinal.

A CONSTIPAÇÃO SECUNDÁRIA OU ORGÂNICA  

Decorrente de várias causas, nem sempre originadas no sistema digestivo, como causas metabólicas, endócrinas, neurológicas, musculares e psiquiátricas.

O uso de alguns medicamentos como anti-inflamatórios, analgésicos opiáceos, anti-histamínicos (antialérgicos), antidepressivos, diuréticos, ferro, antiácidos, antipsicóticos e vários outros podem levar a importante constipação.

Dentro das causas endócrinas o diabetes (transtorno motor no sistema digestivo) e o hipotireoidismo, devem ser lembradas.

A dificuldade do transito pode ser decorrente de graus variáveis de oclusão mecânica causada por tumores, processos inflamatórios intestinais (doença de Chron, retocolite ulcerativa), tuberculose, pós radioterapia, cirurgias pélvicas, hérnias internas abdominais, aderências pós-cirúrgicas. Na região anorretal, doenças hemorroidárias, fissuras, por provocarem dor na hora da defecação, dificultam a eliminação de fezes.

Por fim, rupturas perineais após parto natural ou intervenções cirúrgicas para tratamento de fistulas e abcessos  podem modificar o desempenho do processo evacuatório e serem os únicos motivos para a constipação.

Dor no Tórax Pode Ser Problema Digestivo?

Dor na região anterior do tórax representa um sintoma alarmante, pela freqüente associação com doenças do coração. Diante de dor aguda persistente nesta região, sempre se faz necessário uma investigação cardiovascular. 

HISTÓRIA CLÍNICA

A história clinica geralmente não permite distinguir pacientes com dor de origem cardíaca daqueles com dor de origem esofagiana, e a presença de problemas esofagianos não constitui um dado definitivo da origem da dor, dada a elevada prevalência de associação de doenças cardíacas e esofageanas.

A doença do refluxo gastroesofágico é afecção mais prevalente, mas várias outras patologias do esôfago têm que ser investigadas como aquelas que levam a uma alteração na motilidade do esôfago. Uma patologia que vem sendo diagnosticada com mais frequência é a Esofagite eosinofílica (alérgica)

CAUSAS

As doenças funcionais associadas a distúrbios psíquicos, transtorno do pânico, ansiedade e depressão, também tem que ser considerada.

A doença biliar (cólica de vesícula) menos comumente, pode se manifestar com dor aguda nesta região, e deve sempre ser pensada na presença de vômitos junto com a dor.

A investigação do esôfago começa com a realização de endoscopia digestiva, para exclusão de lesão de mucosa.  A ausência de lesão não exclui o diagnóstico, mas se deve complementar a investigação com uma phmetria .

Outros distúrbios digestivos, que comprometem o abdome superior, podem também se manifestar com dor torácica como pancreatite,  hepatite, doença ulcerosa péptica, aumento de baço e inflamação da vesícula, mas nestes casos geralmente se encontra alguma outra queixa associada que ajuda no esclarecimento  do quadro.

Diante de uma dor torácica não se automedique, é necessária uma investigação clínica minuciosa.