A gravidez é um processo transformador e o corpo da mulher sente isso desde os primeiros dias. Antes mesmo do teste dar positivo, alterações hormonais já estão em curso. E uma das áreas mais impactadas por essas mudanças é o intestino.

Com o aumento da progesterona, por exemplo, o intestino tende a ficar mais lento. Esse efeito é natural, mas pode gerar desconfortos como constipação, gases e sensação de estufamento. Esses sintomas fazem parte das queixas digestivas mais comuns do início da gestação.

Durante esse período, a saúde digestiva ganha um papel de destaque. O bom funcionamento intestinal é essencial para que a gestante consiga absorver adequadamente os nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê.

Por isso, acompanhar a saúde gástrica e intestinal desde o início da gestação é uma forma de garantir mais conforto e segurança para a mãe e o bebê.

Intestino e maternidade: uma conexão direta com o bem-estar

Durante os nove meses de gestação e também no puerpério, o corpo continua em transformação. O intestino sente cada uma dessas fases de forma bastante sensível.

No pós-parto, além do impacto físico do parto em si, a mulher lida com a queda hormonal, alterações na alimentação, sono irregular e, muitas vezes, altos níveis de estresse e ansiedade. Tudo isso afeta diretamente a saúde intestinal.

Um dos episódios mais comuns nesse período é a dificuldade para evacuar. Algumas mulheres sentem dor, outras ficam dias sem conseguir evacuar, e quando conseguem, as fezes podem sair endurecidas, volumosas e causar ainda mais dor. Isso acontece por diversos fatores: o receio de sentir dor na região perineal (especialmente se houve laceração ou episiotomia), a redução dos movimentos intestinais devido à anestesia ou inatividade, além da desidratação e alimentação inadequada.

Além disso, problemas gástricos como refluxo, má digestão e azia também podem surgir ou se intensificar durante e após a gravidez.

Estar atenta aos sinais do corpo e procurar acompanhamento com um gastroenterologista é essencial para prevenir complicações e garantir mais qualidade de vida.

Uma microbiota equilibrada pode fazer toda a diferença nesse período. Ela ajuda a melhorar a digestão, contribui para o fortalecimento do sistema imunológico, regula o humor e influencia até na produção de serotonina, o neurotransmissor do bem-estar.

Dicas para manter a saúde intestinal em dia na gestação

Ter hábitos saudáveis é a chave para manter o intestino funcionando bem durante a gravidez. Confira então, algumas orientações simples que fazem toda a diferença:

• Hidrate-se bem: a água ajuda a manter o bolo fecal mais macio e assim facilita os movimentos intestinais.
• Alimente-se com fibras: frutas, vegetais, grãos integrais e leguminosas são aliados naturais da saúde digestiva.
• Movimente-se: atividade física leve, autorizada pelo obstetra, estimula o funcionamento intestinal.
• Evite alimentos ultraprocessados: eles desequilibram a microbiota intestinal e podem assim agravar os sintomas gástricos.
• Não ignore sinais persistentes: dores abdominais, distensão e constipação frequente merecem avaliação médica.

O acompanhamento com um especialista em gastroenterologia durante a gravidez garante segurança e orientações personalizadas. Afinal, cada mulher é única, e seu trato digestivo pode reagir de forma diferente às mudanças hormonais.

Cuidar da saúde gástrica é cuidar do bebê também

A relação entre saúde intestinal e o bem-estar do bebê começa ainda no útero. Uma microbiota equilibrada ajuda na absorção de vitaminas e minerais fundamentais para o desenvolvimento fetal, como o ferro, o cálcio e o ácido fólico.

Além disso, estudos apontam que a saúde digestiva da mãe pode influenciar até o sistema imunológico do bebê, especialmente quando há aleitamento materno. Isso mostra como o cuidado com o intestino durante a gravidez e o puerpério tem reflexos positivos a longo prazo.

Por isso, se você está gestando, tentando engravidar ou está no pós-parto, vale olhar com carinho para sua saúde intestinal. Buscar apoio profissional especializado em gastroenterologia pode fazer toda a diferença na sua experiência com a maternidade.

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